segunda-feira, 16 de novembro de 2015

JARDIM DE LAVANDA

Vânia de Farias
No meu jardim de lavanda
não entra a amargura
só entra a alma pura
ingênua e sem remorso
pelos crimes praticados
contra o homem ou a natureza.
No meu jardim de lavanda
só entra quem tem certeza
que quer ser recuperado
das mágoas, dos ressentimentos
quer apenas o momento
para viver com alegria
quer deixar lá no passado
à dor, à melancolia
quer esperar por outro dia
mais cheio de esperança
cheio também de bonança
de gratidão pela vida
pela casa, pela briga
que teve com o irmão
mas que um dia arrependido
esqueceu o ocorrido
e lhe deu o seu perdão
recebeu o do amigo
como uma bela troca
e passou o resto do dia
como criança levada
brincando de toca, toca.
No meu jardim de lavanda
só entra quem está em paz
com seu íntimo, com os demais
companheiros de jornada
Eis que encontra na estrada
amigos sofrendo mais
que burros a carregarem
seus fardos, sempre pesados
Mas seus donos, em desacerto
lhes enchem os lombos cansados
com mais fardos, e mais pesados...
para entrar no meu jardim:
Não devem agir assim:
Sem nenhuma compaixão
devem beber água pura
cristalina e transparente
eivada de sentimentos
e que por nenhum momento
agasalhem à torpe maldade
em seu belo coração.
Vânia de Farias Castro. 23 de agosto de 2014.

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