terça-feira, 17 de novembro de 2015

À DOR

À DOR
Vânia de Farias
Boa noite, companheira
chegaste acompanhada?
vislumbro alguém contigo
será a irmã madrugada?
ou será a lua amiga
ou o vazio, o nada?

Bem vejo que és antiga hóspede
dos infelizes morais
mas por favor, não castigues[
esse pobre vagabundo
vira lata escorraçado
das igrejas, pátios, sítios
corações, corpos e mentes
na formação desse mundo!
Alquimia dos mendigos
desejo dos deserdados...
Dos venturosos: um lixo
esse lixo hospitalar
chora lágrimas apodrecidas
de fétidos líquidos asquerosos
com raios loucos de chumbo.
Com uma lança transpassada
grita em vão sua agonia
chora lágrimas de saudade
do tempo em que nada sabia:
dos segredos dos vilões
dos conchavos dos falsários
da esperteza dos anões
no castelo sanguinário
onde reina a traição
onde mora a vilania
Onde espreitam os histriões
de hospeda a serpentia
dormita o servo fiel
de todo mal que existia.
Vânia de Farias 09/97

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