domingo, 22 de novembro de 2015

O DESTINO DO SILÊNCIO

O DESTINO DO SILÊNCIO
Vânia de Farias.

Para onde vais oh silêncio
quando nossa boca cala
diante de tal massacre
filhos crivados de balas


crianças que não viveram
nem sonhos tiveram ainda
seu futuro? Interrompido
por mãos hábeis assassinas

por homens cujas missões
é de gerar segurança
mas só gestam a ganância
a maldade e covardia

ninguém escapa da morte
que estes monstros financiam
são tão cruéis que ainda
suas vítimas caluniam...

Para onde vais oh silêncio
quando não denunciamos
ficamos encastelados
por muros de puro engano

será que imaginamos
que estamos livres do mal?
Que seus fuzis não atingem
os que consideram normal

a onda de homicídios
atingindo inocentes
mas são os filhos dos outros
continuamos contentes

não foi o neto da gente
nem nosso irmão, felizmente
e continuamos assim
paralisados e silentes

até que o assombro chegue
em nossa porta contente
e arrebente portões
destruindo o que há na frente

nossa dor, agora dói
agora é o filho da gente
gritamos, choramos aflitos
a violência à frente

estando perto de nós
a ferida simplesmente
se abre feito comporta
e o sangue jorra enfim

nos amigos e parentes
mas enquanto for no morro
do Alemão, do Françês
permanecemos inertes
até chegar nossa vez.

Vânia de Farias
10 de abril de 2015.

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