segunda-feira, 16 de novembro de 2015

EU SEI...

EU SEI...
Vânia de Farias
Dizes que não sou poeta.
Sim, eu sei
sou apenas esteta
das coisas que sonhei um dia.

Os oráculos diziam que eu era:
importante em minha cercania,
sempre soube eu, que o oráculo mentia.
Qual a importância que eu teria?
Num mundo onde todos morrem um dia:
arrastados pela lama ou assassinados
cruelmente por fanáticos suicidas,
não importa o que fizeram na vida
todos terão um dia de partida
e muitas vezes, sem honra...
como tantos que morrem no asfalto
pelas mãos assassinas e sentidos
embriagados de etílicos e apatia.
Outros tantos abatidos como se fera fossem
para deixar a atmosfera mais fresca e doce...
até que a lama putrefata lhes mostre a cara:
cara de covardes, pusilânimes, que um dia
esquecerão os próprios nomes
visitados pela demência amiga.
E suas vítimas que já partiram um dia
lhes aguarda a chegada, velhos e abatidos
agora, pela vida de afazia.
Qual a importância que eu teria?
num mundo onde todos morrem
e o que importa mesmo é o que
conseguiram levar: sentimentos
enobrecidos e honrados feitos,
na economia moral da humanidade:
seu talento, sua ternura, altruísmo,
se amaram seus irmãos que lhe
partilharam à vida.
Se sentiram empatia, se gostaram
da companhia dos seus semelhantes.
Se esqueceram de si, por um instante
para apenas lembrar dos que sofriam!
Vânia de Farias.
16/11/2015.

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