segunda-feira, 16 de novembro de 2015

OUTRO FILHO

OUTRO FILHO
Vânia de Farias
Hoje, partirei em busca de mim
e nunca mais, me verás assim:
a procura de ti como uma louca!

Hoje, partirei em busca de meus sonhos
e acordarei com eles, beliscando
meu corpo para saber se estou sonhando.
Hoje, seguirei por mares, caminhando
por suas gélidas águas, me banhando
os pés, ainda marcados pelos calos...
Minhas pernas trôpegas alquebradas
pelas longas e duras caminhadas
nas ignóbeis vielas desta vida.
Os pátios que visitei foram sombrios
parques escuros, tétricos e frios
como as paredes de um velho sepulcro!
Tanta ambição e covardia,
ausência de amor, e empatia
para com os homens, meus irmãos...
Sempre caminhei na contramão
nas mãos trêmulas trazendo um lampião
para iluminar a travessia...
Pelos vales, secos improdutivos
uma mãe caída num gemido
por ver morto seu filho com um tiro
fora abatido, como fera
por mãos que um dia já tivera
se comprometido com a justiça
mas que hoje só se compromete
com a usura e os seus confetes
nesse carnaval de nauseabundos!
Seu filho querido agora morto
uma fina corrente no pescoço
traz a cruz de um outro Filho!
Que morrera sem nenhum pecado
deixando a mãe sofrida sem amparo
a não ser de Deus, Pai e Amigo!
Vânia de Farias.
Em 12/11/2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário