terça-feira, 24 de novembro de 2015

UM ANJO CHAMADO MÃE
Vânia de Farias
Meu caminho de hortências
me lembra de ti oh anjo!
cuidastes de minha infância
como guarda vigilante.

Desde o meu nascimento
prematura e sem forças
até para receber
o alimento que davas
vivias desesperada
para salvar tua filha
tua princesa querida
por ti sempre fui amada
tua determinação
me enche de gratidão
para salvar tal bichinho
eis que a minha aparência
parecia qualquer coisa
menos um humano então
mas tu como brava guerreira
herdeira dos antigos celtas
determinada que eras
fizestes a escolha certa
de salvar a tua filha
com os recursos que tinhas:
amor e perseverança
e um amor que te vinha
ao encontro de teus sonhos
e passaram a sonhar
com um futuro risonho
para aquele ser que então
mas parecia um monstrinho
com suas orelhas coladas
seus olhos esbugalhados
assustava quem passada
ficastes envergonhada
e quase me sufocaste
com uma toca enorme
cobrindo minha cabeça
como um belo disfarce.
Mas ao chegares em casa
não havia como esconder
aquele espécime feio
tu pensavas em correr
para te livrar da dor
e das dúvidas que assolaram
o teu pobre coração
de mãe amorosa e boa
mas a maldade humana
não deixava que dormisses
para então esquecer
aquela realidade...
Como sou grata a ti
mãe guerreira, qual uma celta
lutaste contra às más línguas
te ferindo qual gillete
suas lâminas afiadas
cortavam teu coração
mas tu querida e amantíssima
não te deixavas abalar
e após as noites em claro
recobravas a esperança
e passavas a lutar
para salvar tua filha
da dura desencarnação.
Procuravas os mercados
a procura de alimentos
que pudessem sustentar
um corpinho macilento
tal frágil, qual andorinha
com suas asas quebradas
mas papai, outro guerreiro
portando a sua espada
de amor, e de carinho
partiu pra luta contigo.
E após longas pelejas
mais ou menos com seis meses
fui orgulho, fui princesa
e após aqueles testes
tua princesa reinava
em teu castelo de sonhos
e vivemos para sempre
como num conto de fadas.
Vânia de Farias Castro.
Setembro de 2014.

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