terça-feira, 17 de novembro de 2015

LEMBRANÇAS

LEMBRANÇAS
Vânia de Farias

A chuva caia lá fora
eu desejava pular de alegria
cair em seus braços, sentir os seus pingos

naquele manhã a água era fria

como os teus olhos nos dias de dor
nos dias de pranto e de desamor
só quero a água em meu corpo ardente
quem sabe ela esfria minha louca mente.

Mas que fazer?Igual a criança febril, em repouso
não posso sair, não posso sentir
teus pingos em meu corpo...

Só sinto a mágoa das dores vividas
palavras mal ditas quão dura era a vida
naquela sinistra noite de horrores
ouvir de teus lábios palavras grosseiras
cruel mensageira qual ave de agouro

tu já pressentias? os dias enlutados
de nosso encanto cortado em retalhos
qual colcha de amantes após a exaustão
dos corpos ardentes caídos ao chão

não querem que sobre nenhuma lembrança
dos dias passados envoltos em esperança
dançando a harmonia cantando à festa
dos corpos tão próximos qual rio correndo

sem qualquer represa assim foram tardes
de ânsia e ventura desejos contidos
sussurros, gemidos: teu corpo viril
sofria a distância imposta por medos

na vã esperança de um dia passar
aquela tormenta desejos infrenes
qual louca torrente a nos alcançar
qual fera com fome faminta, após

seus dias hibernando no inverno imposto
por tua covardia mas eis que um dia
não deu pra fugir a fera por dentro
passou a rugir e nos devorou

quais presas indefesas e naquela noite
soltamos às represas, o riu liberto
de nossos desejos corria feliz,
não havia medos não havia dúvidas
e nem preconceito só a alegria
do sono em teu peito.

Vânia de Farias Castro.
Agosto de 2013.

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