Uma coisa intrigante que ainda não consegui entender por mais que me esforce.
Durante o processo eleitoral, desde o da Presidenta Dilma Roussef,
durante o tenebroso golpe, o desgoverno do Temer, e por ocasião da
ultima eleição presidencial, nos abstivemos de usar até o termo coxinha,
para nos referir aos opositores de nossa democracia. Sim, porque os
mesmos não estavam se opondo ao PT, como alardeavam a pleno pulmões, mas
a um plano de governo, que tinha como uma das metas, reduzir as
desigualdades sociais, que há muito vinha se transformando em abismos
sociais, através de alguns planos de governo, que beneficiaram não
apenas seus eleitores, bem como quem já não votava, quem jamais votou, e
quem nunca votaria. E mais, que de forma agressiva e fanática defendia
um juiz arbitrário, despreparado, com uma postura jamais vista, pelo
menos por nós, em qualquer judiciário do país, que apenas copiava uma
operação fracassada que se deu na Itália, e apenas com propósitos
políticos partidários, com o agravante de está claramente a serviço do
capital estrangeiro, repetindo um script conhecido e velho, usado no
golpe militar de 64, o que culminou com o Ato Institucional, que violava
os direitos civis, autorizava o estado a matar, perseguir, torturar
qualquer desafeto ou cidadão comum, que estivesse no lugar errado e no
momento errado, sem qualquer participação política naqueles tenebrosos
tempos.
O AI 5, provocou a morte, tortura, opressão, perseguição,
incineração de inúmeros brasileiros que sonhavam e lutavam pela
manutenção de nossa democracia e de nossa soberania, ao contrário dos
assassinos que assumiram o poder, que desfilavam arrogantes, usando os
mesmos argumentos de defensores da moral e dos bons costumes, quando na
verdade não passavam de psicopatas sanguinários ferindo, extirpando seus
de mulheres valentes, inteligentes, corajosas e determinadas que se
tornaram vítimas daqueles monstros se revezando em intermináveis sessões
de humilhações e torturas, estupros coletivos cometidos por homens que
deveriam nos proteger e manter a ordem, mas não passavam de seres cruéis
que aproveitavam o momento para estravarem seu ódio, taras e total
ausência de empatia, sem qualquer escrúpulo, ou comando, eis que seus
comandantes eram tão cruéis e desumanos, quanto eles próprios.
Pois bem, tivemos o cuidado de nos abster de comentários maldosos,
discriminatórios e estigmatizadores durante esses anos, justificando que
eles, os defensores atuais da mesma "moral e bons costumes" estavam
exercendo seu direito de escolha e de livre expressão, e não cabia a
nós, pelo fato de pensarmos, sentirmos e acreditarmos diferentes, nos
julgarmos superiores usando termos que considerávamos depreciativos...
Mais eis que surge uma nova onda: O psicopata foi eleito, mas seus
eleitores e vorazes defensores, passaram a agredir mais, ferir mais,
chocar mais, nos provocando, insultando e insuflando a desordem, a
morte, a grosseria, a crueldade e a barbárie. E se nos posicionamos de
forma contrária, os mesmos, com a covardia que sói acontecer com os
pusilânimes e ególatras, assumem o discurso de vítimas, e nos acusando
de petistas e hospedeiros do ódio, enquanto eles, se consideram a
personificação do amor, mascarando um ódio pelos próprios compatriotas e
por eles próprios, num desfile de auto estima rebaixada, hediondez e
crueldade que explodiu desde há muito, mas que muitos de nós, fazia
questão de cegar ante a tanta barbárie e crueldade que já se mostrava
embrionária, mas que agora, nasce para a luz, eis que o mal é corajoso e
atrevido e o bem é tímido.
Vânia De Farias Castro.
Em 20 de janeiro de 2019.