terça-feira, 17 de novembro de 2015

DANÇA DAS SOMBRAS

DANÇA DAS SOMBRAS
Vânia de Farias

Acendi uma vela agora há pouco
pensei em iluminar meu coração
mas não atingi o meu intento
continuo a sofrer na escuridão


essa sombra brinca com
minhas sombras...
Tento rechaçá-la inutilmente
dançam num bailado coordenado
tão sincronizados e contentes.

Que mais parecem amantes em lua cheia.
Elas se completam, e se homiziam
em seus passos agora discrepantes
Oh Deus!, onde estás, vem acudir
minha aguda dor, minha agonia!
Essa mente em dores lancinantes!

Minhas sombras tentam me sobrepujar
com tanta força que me nocauteiam
e as aranhas tecendo se aproximam
tentando me enredar em suas teias!

Será Meu Pai, tão impossível assim?
conviver com o que há de mais feio em mim
com o que de belo, hoje aspiro?
como conciliar no mesmo jardim
a mais singela flor com o seu brilho
e a erva daninha a se espalhar

Essas sombras, me perturbam, me apavoram
diante do futuro que almejo
das vivências transatas que desejo
olvidar ou transformar em história!

Arquivei meus anseios, frustrações
meus fantasmas, prejuízos concebidos
mas tomei o cuidado de guardar
as conquistas e medalhas recebidas...

E os atos ignóbeis cometidos
emergem de meus sonhos, adormecidos
se aproveitam desse breu que tento em vão
dissipar com tênue chama, sem sentido

Meu Velho Sábio, de mim tende compaixão!
deste ser que tenta em vão, se superar
emergir, tal qual crisálida, a aflorar
de seu casulo que a prendeu com o objetivo:

de proteger, meu Velho Sábio, esta mente
que arde em pranto, na escuridão da existência
mas se chegares e ficares por instantes
receberei absolvição e a clemência!

Não te demores Velho Sábio, sê urgente!

Vânia de Farias.
Em 09 de novembro de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário