terça-feira, 17 de novembro de 2015

QUIMERAS

QUIMERAS
Vânia de Farias

Meu perfume de jasmim
num vidrinho tão pequeno
que cabe no mundo inteiro
mas também dentro de mim...


Com um cheiro tão suave
que perfuma um jardim
que perfuma a primavera
meus verões, suas quimeras

Meus verões sem alecrim...
 Meus invernos já chegaram
é hora de recolher
para meu canto escuro
tentando me esconder...

Da algaravia que um dia
cantavam ao meu redor
gargalhadas estridentes
meu estômago dava nó.

O meu cérebro girava
qual à ciranda de Lia
da bela Itamaracá
meus tímpanos
quase estouravam
com os gritos da ganância
que não sabia calar...

Mas hoje, só às lembranças
de velhas fotografias...
À cor sépia, já demonstra
que não são de hoje em dia.

Os meus dias são de festa
São dias de alegria...
Da alegria do esteta
que tem o sol como guia
que tem à luz como meta.

O passado de agonia
está num canto escondido
numa caixa velha e rota
com velhas fotografias

Vânia de Farias Castro

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