segunda-feira, 16 de novembro de 2015

TE VEJO CANSADA

TE VEJO CANSADA
Vânia de Farias
Te vi cansada outro dia
desalentada, triste deprimida
tua mesa vazia, mais vazio o teu coração
teu filhinho querido, implora abrigo

o corpo faminto, a mente inquieta
será que despertas, num outro momento?
terá fim um dia, esse sofrimento?
que vejo em teus olhos, cansados e secos
não vejo nem lágrima, nesse teu lamento
teu filho espera, um dia risonho
queria que o sonho do mesmo ocorresse
queria que o medo, saísse a cavalo
queria que a fome, como seus vassalos
fugisse pra longe, pra outros lugares
mas eis que a tirana, não sai, se instalou
qual hóspede insensata, agora sentou...
se arruma agora, para desfrutar
de tua presença, não ousa escutar
meus gritos, meus berros, estou a surtar
maldita, não fiques a atormentar
a mesa de tantos, o corpo de muitos
pelo mundo afora, recantos... Deixando
defuntos, num vasto gemido num esgar de dor
Te odeio madrasta dos órfãos que um dia
perdera a querida, mãe de venturança
perdera a alegria, da mesa bem posta
com o resultado, do que já plantou
mais eis que o repasto, que tem agora
é apenas a senhora, da morte soez
dos sonhos, utopia, dos que vivem um dia
um dia por vez.
Vânia de Farias.
13/11/2015.

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