Então é Natal...
Mais uma oportunidade de repensar nossas prioridades e reais
necessidades. De pensar a razão de tanta truculência e violência, de
tanta indiferença e falta de empatia, do complexo de inferioridade
travestido da pseudo superioridade.
Segundo Miramez, em Maria de
Nazaré, e em Francisco de Assis pela psicografia de João Nunes Maia,
Maria (cujo nome naquela encarnação era Sofia), chegou ao orbe liderando
uma equipe para extraditar alguns homens cuja crueldade e hediondez,
poderia atrapalhar o nascimento do Messias, já tanto anunciado.
Fazia-se necessário ainda, limpar toda atmosfera espiritual dos miasmas
pestilentos que aquelas mentes ignóbeis e guiadas pelos mais depravados
sentimentos e sensações expeliam e jogavam na psicosfera daquela época.
Tempos depois, desce ao orbe em sua missão de receber em seu ventre O
Governador do orbe, conseguiu com sua elevada equipe que fossem
expatriados mais de mil " demônios", conforme algumas narrativas
bíblicas, não importando se o sentido literal, corresponda a homens ou
espíritos, mas tão somente a seres cuja maldade e atraso, não
correspondia as expectativas para que se recebesse na terra uma estrela
de primeira grandeza, cuja missão seria a de revolucionar os costumes e
apresentar um novo reino: o reino de amor, confiança e esperança. E
aquela missão poderia ser destruída já no nascedouro, caso aqueles
odientos homens, permanecem na terra.
Nasce Jesus! Pedra preciosa
que até hoje não consegue ser aquilatada por homens, cujo atraso os
impedem de ver grandeza na simplicidade, na humildade e na colaboração.
Homens, que à semelhança de alguns répteis, se mimetizam para adentrar
em lugares ou posição de destaque, onde possam reinar, não importando
que seus reinos sejam solapados por outros mais violentos, ou mesmo com
as mudanças do tempo, que a tudo e a todos coloca em seus devidos
lugares.
E hoje, mais do que nunca necessitamos que Jesus nasça
em nossos corações calejados de tanta dor e frustração, cansados de
tanto sofrimento, senão nossos mas de tantos irmãos que estorcegam na
loucura e alucinação, destituídos da vontade de continuar vivendo, uma
vez que aparentemente voltaram à terra homens com sede de sangue, e
vontade irrefreável de destruir, eliminar, torturar e massacrar outros
homens, numa tentativa inútil se se sentirem poderosos, mas que a cada
matança, a cada direito negado, a cada dignidade tirada, o vazio
existencial aumenta, e esses homens viciados na atrocidade, precisam de
mais loucura e destruição para se sentirem vivos, não percebendo que já
estão mortos para a vida!
Muitos se comprazem em odiar, separar,
discriminar e destruir tudo ou todos que estiverem distantes do alcance
de seus mesquinhos entendimentos e condicionamentos. Não toleram o
malfeitor, desde que este seja pobre ou negro, mas aplaudem o criminoso
que conseguiu enganar a si e a muitos usando palavras de ordem já usadas
em outras épocas de genocídio e separatividade.
Não entendem a
linguagem do afeto, nem a complexidade da sexualidade humana, eis que
sequer compreendem a sua própria sexualidade e necessidade de
acolhimento e amor fraternal.
Confundem carência afetiva com
carência sexual, a tudo agregando símbolos e apelos eróticos,
desconhecendo que sensualidade e erotismo vão muito além da área
genésica, e que todo sentimento ou sensação tem seu fulcro gerador no
pensamento.
Que possamos repensar o nascimento do Amor em nossos
corações, o nascimento da compreensão de que todos devem ter direito a
uma vida digna, que todos merecem ver suas escolhas respeitadas, desde
que essas escolhas não prejudiquem a outrem.
Vânia de Farias Castro.
Em 25 de dezembro de 2019