terça-feira, 17 de novembro de 2015

LUA

LUA
Vânia de Farias

Ó Selene, incansável enamorada!
Tua perseverança me comove e extasia
e não entendo como, Endimião um dia
fora objeto de paixão tão linda.


Como consegues ó mulher viver assim?
Amando um homem adormecido
quase morto
não poderias tu, desistir de amor tão louco
que te agrisola sem piedade e compaixão?

Não poderias desistir, por Deus!
dessa união que te maltrata aos olhos meus?
Se teu amor tão devotado não desperta
Endimião, adormecido em seu torpor
será que é justo desperdiçar tanto amor
dedicação e paciência sem temor

quem está dormindo não percebe
o nosso intento
e nem entende os sentimentos
que nos movem
por mais que amemos
não teremos uma resposta
e nenhum eco, aos sons que produzimos
nossa caverna é a ilusão que alimentamos
nossa prisão é este amor que ainda nutrimos!

Não vejo mérito em se amar assim...
Se anulando de viver e amar de novo
amar um morto é desistir da vida
quem ama a vida, não amará um homem morto

se seus sentidos não despertam para ti
o que pretendes, ó Selene com teu fito?
Se teu destino é sofrer eternamente
por que não acordas de uma vez este teu mito?

Vânia de Farias.
Imagens: google
Em 28 de outubro de 2015.

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