domingo, 22 de novembro de 2015

PARA TI

PARA TI
Esta rosa é para ti
que moras em meu jardim
meu jardim de flores ternas
da ternura que existe
bem clara, dentro de mim

Esta rosa é para os teus
que também moram aqui
no meu castelo encantado
onde comemos os caquis
comemos doces morangos
e também a manga rosa
a roseira enciumada
reclamou porque a fruta
também recebeu seu nome
eis que no seu universo
as rosas são variadas
como nós somos os homens
diferentes na aparência
nos pensamentos, até
nas escolhas dos caminhos
nos talentos e nos atos
na compreensão dos fatos
que nos são apresentados
mas idênticos na essência
eis que nós somos de fato
sonhadores, amorosos
em busca de solução
para as dores que cortam
como um punhal afiado
nosso frágil coração
somos também andarilhos
na estrada desta vida
a procura de atenção
para nossas tristes lidas
a procura de afeto
de colo e compreensão
da sombra de um nobre teto
que nos acalme a tensão
de uma vida atribulada
cheia de dúvidas, de anseios
mas não encontramos na estrada
consolo pros nossos medos
nos deparamos com máscaras
lívidas, pálidas, sem forma
que não ousam nos ouvir
nem nos dar uma resposta
e nossos questionamentos
reflexões e dúvidas
ficam sempre sem resposta
e giramos em muitas curvas
sem atingir nosso fito
de encontrar a ventura
à calma, o centro, o meio
e em nossa desventura
nos estranhamos, na crença
de que somos diferentes
ou mesmo especiais
melhores que muita gente
mas na morte, nos juntamos
a outros mortos que jazem
em seus túmulos tão escuros
e seus vibriões vorazes
a comerem o que restou
de nossos corpos tão frágeis
o banque desses vírus
é tudo que cultivamos
em nossa vida sem nexo
a procura de ventura
no êxito e no sucesso
no acúmulo, no consumo
nos etílicos e no sexo
nos esquecemos de amar
ao irmão, ao filho, ao pai
só nos lembrando de nós
e no que mais nos apraz:
A distração, a euforia
algarávia e a balbúrdia
de nossa boca sai lama
do coração só loucura
nos esquecendo da alma
que merecia atenção
cuidado e muita ternura.
Vânia de Faria Castro
Setembro de 2014.

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