quarta-feira, 25 de setembro de 2019

E alguns vivem a espera de migalhas
que aplaquem sua fome de viver
só recebem poucas sobras e mortalhas
um enterro de indigente a fenecer
Esperei pelas noites e pelos dias
Sherazade com esperança alvorecer
tanta história, tantas noites acordada
com a morte decretada ao anoitecer
E alguns vivem a espera de retalhos
remendados ou cerzidos nos seus fios
e quem sabe sua pele aquecida
pelos golpes desferidos pelo frio
Esperei por pedaços de tecidos
uma manta colorida me cobrir
recebi uns jornais velhas notícias
mais histórias repetidas a me sorrir
E alguns vivem a espera de cuidados
dos amigos, de seus filhos ou amantes
só recebem ironia indiferença
não se sabe se presentes ou distantes
Esperei pelos cuidados prometidos
mas promessas são mais fáceis de esquecer
recebi na espera a descoberta
que só eu posso cuidar-me sem sofrer.
Vânia De Farias Castro.
Em 12 de setembro de 2019
Imagens Google.

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