quarta-feira, 25 de setembro de 2019

A mata chora
nosso coração sangra
de dor, angústia e medo
o pulmão asfixiado
só fumaça e cheiro de morte
os rios choram
em seu leito,
escorre o sangue dos índios
poucos são os que os entendem
poucos são os que os veneram
poucos são os que os preservam
poucos são os que choram suas lágrimas
lágrimas de rio...
E esses poucos estão morrendo
com os rios.
As aves voam
sem rumo, sem norte
deixam seus ninhos e aves implumes
migram como os antigos sertanejos
e sobreviverão em degredo
ou ficarão perdidos pelo caminho
as flores secam
o fogo voraz com fome não sossega
suas labaredas alcançam nossos pesadelos
nossa mente em algazarra já não compreende
cadê nossos elfos e duendes?
Também são devorados pelo fogo
da ganância dos homens
ignorância crônica
escrúpulos em debandada
foram queimados com as matas.
Vânia de Farias Castro.
Em 20 de agosto de 2019
Imagens Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário