terça-feira, 7 de agosto de 2018


Eu ainda a procuro,
com um restinho de esperança
que me resta nesta dança
tento driblar a nostalgia
quem sabe encontre um dia, 
minha cidade perdida.
João Pessoa ai quem dera
voltar para tuas praias
com biquíni, mini saia
e dois litros de sorvete
minha prima ainda criança
hoje mestra acadêmica
ao ver o ônibus chegando
falava sem mais arenga:
"lá vem nosso Tamba Um!"
Era assim que ela gritava
eu dava boas risadas
já gostava de linguística
mas hoje apenas vejo
perseguição tiroteio
aviãozinho, sorteio
pra ver quem acorda vivo!
também lembro do Pietro`s
da pizza, da coca cola
quando vinha da escola
passava ainda no plaza
os encontros na calçada
para driblar o porteiro
querendo ver filme impróprio
Os mesmos eram espertos
nos mandavam para casa
com nossas caras lavadas
sem vergonha nem rodeios
e ainda aconselhavam
os filmes pra nossa idade:
os desenhos animados
ou Teixerinha, no Rex.
João Pessoa, quem me dera
ter de volta minhas botas
saias curtas, pernas grossas
pra passear com os amigos
em tua Festa das Neves!
Não queria ver polícia
transformada em bandido
nem político sem escrúpulo
saindo pelo ladrão
pra nós, restando gemido
droga e prostituição...
João Pessoa, só queria
que a paz voltasse logo
que nossos muros baixassem
nossos vizinhos olhassem
pros amigos e afilhados
vivendo em comunhão...
Não queria ver os jovens
transformados em traficantes
dementados por narcóticos
sem futuro em seus semblantes
só a negra noite nua
assombrando os passantes
queria as casas simples
com alpendre rodeando
toda a casa dando sombra
uma rede balançando
um ipê belo e florido
com tapete colorido
a todos nós, perfumando
Mas só vejo edifícios
subindo o céu soberbos
e o nosso vilarejo
transformou-se em manicômio
para compra no atacado
mas a venda no varejo.
Vânia de Farias Castro.
Em 05 de agosto de 2018
Imagens Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário