quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Abri minha porta para a vida
respiro ar salubre morna brisa
encho meus pulmões de energia
quero ver os homens nas alturas
pois sei que todos subirão com eles...
Abri minha mente, para o mundo
dentro de mim mesma, me confundo
na sonda a procura do que escondo
Abri minha alma para o mar
que minhas lágrimas possam desaguar
em oceano calmo e profundo
que possa trabalhar junto ao mesmo
ouvindo ou tocando realejo
e dando vida a outras criaturas...
Que eu possa ser a lente e o contato
ser a flor singela em denso mato
o bem te vi, alegre vendo o mundo
que todos cresçam com o meu fermento
que eu possa ser de outros, alimento
ou agua a apascentar qualquer sedento
ou ser sandália em teus pés descalços
nas ruas agitadas em Calcutá,
quando puxares o teu jirinquixá
com pés sangrando no asfalto sujo
quero ser o teu lenço engomado
para limpar o suor de tua testa
e quiçá te preparar pra uma festa
os teus amados deuses a desfilarem
sentados ou altivos em seus altares.
Ah como eu queria ser guarida
para uma mãe com a torpe notícia
seu jovem filho fora assassinado
por ágeis mãos de alguns soldados
há muitos quilômetros da justiça
Vânia De Farias Castro

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