quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Ainda eu queria ser a lâmina
cortar o falo de um sem vergonha
que violentar uma criança

ainda eu queria ser a lança
a transpassar teu corpo numa dança
e ver teus estertores me fitando

quiçá eu sentiria por segundos
a calma e equilíbrio neste mundo
a paz que tanto almejo e me confundo
ou enlouquecer de vez, no breu profundo

Queria ser as grades, firmes fortes
ou ser o asfalto quente a derreter
a pele do covarde a se meter
a assassinar uma mulher

ainda eu queria ser colher
com a dose fatal de cianeto
a te oferecer como um soneto
e te levar pra Hades num segundo

Quem sabe eu poderia ser martelo
e te quebrar com fortes camartelos
partir-te em pedaços pequeninos
se te arvorares em desviar
a carga com a merenda escolar
de nossos vulneráveis e meninos.

Vânia de Farias Castro.
Em 29 de agosto de 2018
Imagens Google

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