terça-feira, 4 de abril de 2017

DANÇA DA SAUDADE

DANÇA DA SAUDADE
Vânia de Farias.

E fiquei assim, a esperar
que voltasses para minha companhia
e beber daquela agua fria
bem guardada na jarra da memória


fiquei assim, por longas horas
longos dias, e frias madrugadas

quando o dia se abriu na alvorada
descobri que a espera não valia

não voltarias mais, não sobrou nada
dos longos anos, tormentos e alegrias
em que escutei com atenção os teus lamentos
e alimentei tua esperança já faminta

com os meus sonhos costurados com rami
na velha colcha de retalhos coloridos
e hoje fico aqui, sem o abrigo
do nosso tempo de inocência e dos reveses
das tardes claras, nas areias da emoção
movediças que enterravam nossos pés

Felicidade, almejei como a ti
desejei te beber em grandes goles
e aos bocados tu me davas qual avaro
sem atentar pro faminto que  se encolhe

de agonia, lentidão nos pensamos
retornando, aos lugares conhecidos
dessa saudade que ora fala em meus ouvidos
não me deixando opção, senão o grito!

Peço-te louca, que partas pros outros cantos
pois necessito, que a paz faça morada
em minha casa, há muito abandonada
pelas benesses, da alegria enamorada

dos escolhidos, homens livres desse mundo
sem os grilhões da paixão, a lhes prenderem
peço que partas, com a pressa com que chegas
a assombrar os corações de teus eleitos!

Vânia de Farias Castro.
Em março de 2008
imagens google

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