domingo, 16 de abril de 2017

ASAS CORTADAS

ASAS CORTADAS
Vânia de Farias.

A lâmina das críticas
alcançaram minhas asas...

Sem propósitos, infelizes
pareciam as meretrizes
dando amor por um trocado

igualavam-se aos capatazes
das fazendas de além mar
vigiando com insônia
quando eu tentava voar

atiradores de elite
dos projéteis da malícia
covardia e desdita
e vidas malbaratadas
podiam ficar imóveis
por dias, ou anos inteiros
a espera do momento
ideal para o ataque
desferindo os seus golpes
tão mortais quanto certeiros

fiquei inerte, em coma
meus sentidos amorteceram
foram anos de receio
de medo do julgamento

fiquei exposta ao relento
de suas lentes embaçadas
adormeci nas calçadas
dessas terras de ninguém

agarrada ao meu sonho
sentia a dor do abandono
sem prévio aviso de quem
penhorou o seu afeto
sem a intenção de honrar
com a aliança firmada
confiança em depósito
há muito tempo em escombros.

Quando acordei para a vida
percebi o grande engodo
nos muros apenas lodos
formando tétrica pintura

vi que nada conheciam
do mundo, da vida plena
da consciência serena
pelos deveres cumpridos

dos corações em pedaços
pelos golpes impensados
proferidos com vigor
pelos muitos assaltantes
atacando sem pudor.

Também vi, teu corpo flácido
demonstrando a ação do tempo
que jogava aos quatro ventos
tua empáfia encardida

hoje olho arrependida
o sangue escorrendo lento
nos inúmeros aposentos
de minha letra escarlate

Me ergui, caminho certa
do futuro que me espera
senhora de meu destino
despedi-me hoje das feras

intimorata e serena
olho em volta, sinto náusea
dos inúmeros internautas
que ainda sofrem a desdita
da mentira, sempre aflita
a procura de adeptos
para o seu necrotério
repleto desde outras eras.

Mas eis que saio da rede
de suas teias mortíferas
sigo em paz, sem a desdita
de suas línguas ferinas

meus olhos, acostumados
a procurar a beleza
hoje guarda a certeza
de nossa fatalidade:
ser feliz, sem a maldade
cortando as nossas asas!

Vânia de Farias Castro.
Abril de 2017
Imagens Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário