quinta-feira, 9 de março de 2017

ROSA CORTADA

ROSA CORTADA
Vânia de Farias

Lembras Senhor Nogueira
do sítio de nossa infância?
quantas histórias ainda
eu trago em minha lembrança


das mangueiras, e outras frutas
que colhíamos em seu sítio
seus filhos, os meus amigos
fazem parte do que vivo

não sei onde estão hoje
só Fátima que partiu cedo
à procura da cidade
grande... E seus segredos

acreditava que o sítio
era pequeno pra mesma
para seus sonhos de moça
nascida em cidade pequena

nos deixou, partiu em busca
de seus sonhos de mulher
não sabia que encontraria
à morte, que não avisa
nem sequer caminha a pé

com sua foice cruel
quando chega, nos obriga
a beber sua amarga taça
do liquido, qual triste fel....

Na cidade de seus sonhos
grande como às ilusões
deparastes com o bisonho
com a dura decepção

encontraste homens maus
com vícios, os mais variados
eras moça tão querida
aqui era teu reinado

te transformaram em escrava
do sexo e drogadição
e quando não mais servias
pros seus instintos malsãos

decidiram por cortar
teus sonhos de quase menina
que fora em busca do belo
das cores e serpentinas
como em um carnaval
mas encontrastes só cinzas

e na tua quarta feira
nos deixastes aturdidos
com a notícia cruel
zunindo em nossos ouvidos
teu pai quase enlouqueceu
com a notícia maldita:

Sua Fátima fora morta
assassinada: Sua vida
fora cortada, qual rosa
tirada de seu jardim
para depois ser jogada
em um regaço imundo

foi assim que aconteceu:
seu sonho se transformou
em pesadelo cruel:

com fantasmas assustando
os seus sonhos de menina
deixando cortes profundos
e manchas em nossa retina.

Vânia de Farias
imagens: google

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