quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Hoje estou um pouco mais esperta/desperta... Como gosto de estudar comportamento, o que venho fazendo já há uns 20 anos, não é tão fácil cair em papo furado. No entanto, como qualquer ser humano mediano, (deixar de cair em ciladas é coisa para espíritos evoluídos, o que ainda não conseguimos ser), em algumas vezes, caímos em contos: do vigário, do pastor, do médium, da freira, do espírita muito espírita,- como diria Divaldo Franco-, do amiguinho de infância, dos familiares carentes, além dos parentes e aderentes... Com esses é muito difícil a identificação da armadilha, eis que estamos afetivamente envolvidos.
Quando trabalhava no Procon Estadual, e atendia pessoas, vítimas de golpes financeiros, e mais, quando esses golpes causavam prejuízos não só ao consumidor, mas também a seus empregadores, eu presenciava um grande desespero e vergonha. Desespero pelo fato da iminente perda do emprego, e vergonha, porque justo aquele/aquela empregada, geralmente tão comprometida e leal, para com a empresa ter acreditada na proposta da gangue ou quadrilha.
Após as orientações cabíveis, tentava lembrar aqueles consumidores que não há vergonha em ser lesado. Haveria sim, se os lesadores fossem os mesmos. E que cair nos golpes e armadilhas de estelionatários ou outros tipos de enganadores, ocorre geralmente com pessoas de boa fé, pessoas crédulas, e isso não é vergonhoso. Os bandidos e vigaristas obtém mais sucesso com pessoas ingênuas e crédulas e que não são capazes de articular tais armadilhas com o fito de auferir lucro, a custa do prejuízo de outrem.
Vale acrescentar que caímos muitas vezes, por sermos vítimas de nossa ganância e incúria, mas estamos nos referindo, no presente caso, às pessoas que vivem essas penosas experiências pela confiança depositada na palavra do outro, que muitas vezes são transformadas em verdadeiros contos de terror, desespero e decepção
Vânia de Farias Castro.

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