terça-feira, 5 de setembro de 2017

DESCONEXOS

DESCONEXOS
Que sentimentos
são esses?
Escondem-se
feito crianças
brincando de
esconde esconde
como nos tempos
de infância...
Que sentimentos
confusos...
Num tempo sou
só certeza
noutro, sou
porto seguro
e em outros
pura surpresa
Quando vejo
o desajeito
do teu rosto
infantil
sem rastro
do macho alfa
dos que traças
o perfil
quando te vejo
sem graça
quando alguém
se interessa
por ti
homem/menino
brincando feito
sapeca
Lembro-me
dos meus amores...
Quando não
sabem o que sentem
mas como exigir
dos outros
o que nem a gente
entende?
Numa hora paixão
louca
cavalo solto sem
rédeas
noutra hora
à razão,
nos trazendo
para a terra
para o chão
seguro e firme
onde devemos
ficar...
Mas voamos
pra bem longe
pras ondas
fortes do mar
daquele mar
que um dia
nos serviu
de aconchego
e naquela
noite fria
só existia sossego
só existia harmonia
tua voz tão calma
e mansa
teus dedos feito
criança
a brincarem com
o brinquedo
teu brinquedo?
Um violão
que dedilhavas
com calma...
Era tanta emoção
que me deixavas
sem graça.
Mas graça era
o que sobrava
quando tocavas
pra mim
tentando acompanhar
a canção que eu
tentava
cantar, pra acalmar
enfim
meus desejos
fumegantes
qual fogueira
a nos queimar.
Mas tu menino
indeciso
Naquela noite
febril
estavas tão decidido
a me amar qual
narciso
apaixonado por si
apaixonado
por tudo
que eu um dia
já fui
mulher elegante
e bela...
Segundo tua
impressão
me tratavas por
madame
parecias até
um lorde, dos
tempos imperiais
mas no leito
as comportas
de teu desejo
se abriram
e me amasses
qual louco
perdido a encontrar
consigo...
Nos amamos
sem pensar
em futuro
ou passado
só existia o
presente
que a vida
enfim decidira
por nos fazer
seus eleitos
a queimar
os nossos
corpos
felizes pelo
encontro
Amantes feito
os que lemos
nos mais lindos
e puros contos
não deixando
que os complexos
da complexa vida
nossa,
interferisse em tal
ato, de pura entrega
total, sem porta
que pudesse nos prender
nos trancar
nos desvarios
que depois
se apressaram
a chegar em
nossas mentes
nossos medos
e fantasmas
se enroscavam
quais serpentes
a inventar, mil
mentiras
para provar
que na vida
não existe tal
paixão
como a que
a gente sente.
Na memória
veio à tona
as dores
que ainda estão
engaioladas,
quais feras
sem qualquer
possibilidade
de liberdade
ou perdão.
Vânia de Farias Castro.
em 22 de agosto de 2014.

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