segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ATÉ TU?

Até tu Brutos?

Eu ainda alimentava esperanças
que serias o sol de minha vida
nossas lutas em terras tão queridas
não forjaram a lealdade necessária


Sinto apenas um vazio em meu peito
e as lágrimas que jorradas em um leito
de um rio,  no mar hoje desagua
tornando-se  agora um todo com outras dores
no sinistro e feio circo de horrores
onde outros, foram judas a apunhalarem!

Quais moedas hoje recebes dos comparsas?
Quanto custa pra tirares tuas máscaras
eis que pago, para te desmascarares.
Não é justo, o que fazes com tua vida
nem com a minha, que um dia, foi guarida
foi teu berço, ao chegares nesses mares!

Qual Caim, que matou o próprio irmão
tua estrada é cimentada de traição
onde fores, deixarás tuas pegadas...
Triste fio, que enrolado nos estertores
amanhã tuas medalhas serão dores
dos culpados, com as mentes em fornalhas.

Hoje lembro de Iago, acometido
pela inveja, vício cruel e pervertido
invertendo toda a ordem de valores
enredando o nobre Othello na tragédia
onde o mundo ver com lupa a mazela
sendo algoz na sinistra traição!

Mas espero, que um dia tu acordes
do torpor em que hoje, frio dormes
escondendo os sinistros e torpes intentos
sinto náusea, mas não escondo o lamento
em que choro neste mísero momento
amargando a triste dor da traição!

E desejo que encontres um dia a paz
que conforta e consola o capataz
de sua culpa por trair a seu irmão
se julgando um senhor, sendo escravo
lhe sobrando, apenas o amargo
numa boca acostumada a traição!


Vânia de Farias Castro
em agosto de 2017.

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