segunda-feira, 14 de agosto de 2017

USO DOS RECURSOS VIRTUAIS

Em verdade amiga, não uso esta plataforma virtual, com o fito de conhecer homens para futuro relacionamento sensual. Não censuro nem condeno quem assim o faz, uma vez que o universo afetivo das pessoas, é sempre muito complexo e insondável.
Muita vez a carência afetiva, cria a ilusão de que se conseguirá compensar essa carência, na busca desenfreada por companhia ou sexo de variação. Entretanto, nunca acreditei que a vida funcionasse assim. Como afirmou Paulo de Tarso: "Há tempo para tudo, para plantar e para colher, para falar e para calar..." E meu tempo sempre foi dedicado ao trabalho, estudo, e a companhia dos amigos e familiares. Além, é claro de conviver com jovens de minha idade ou até mais velhos, brincando, cantando, me reunindo e mesmo que inconsciente, já me preocupava com o sofrimento do próximo e tentava dentro de meus limites, atenuar suas dores.
Se na minha juventude já me afastava de, ou sequer se aproximava esse tipo de homem, hoje, com esta plataforma virtual, fica complexo. Eis que aceito solicitação de amizades, por escolhas muitas vezes subjetivas, mas acreditando que se vá estabelecer algum tipo de afinidade, quer seja: política, filosófica, artística, religiosa, afetiva não sensual ou mesmo para divulgar meus trabalhos.
Entretanto, constato com certa aversão que muitos homens ainda não perceberam que nem todas as mulheres estão interessadas em dotes de galanteadores de plantão, conquistadores profissionais, que usam os mesmos métodos medievais, acreditando que porque aceitamos seus pedidos de adicionamentos, estamos tão carentes ao ponto de ouvirmos uma ladainha, que te confesso, chega a me causar náusea.
Tento ser elegante e cortes, entretanto firme: já interrompendo o assunto quando perguntam meu estado civil, e confesso: já considero perda de tempo, uma vez que esse dado consta de meu perfil não entendo porque a pergunta impertinente e desnecessária. E me dão as respostas mais absurdas possíveis: "é que muitas são casadas e colocam no perfil que são solteiras, e o rosário de respostas, vai do vexatório ao esdrúxulo, como: "seu marido permite que você converse?" Porque na cabecinha deles, que geralmente usam o cérebro para decorar o pescoço, quem aceita sua solicitação de amizade, necessariamente está em busca de aventuras sexuais.
Meu saudoso e querido pai Antônio Fernandes de Farias. (Padre), quando eu ainda nem havia nascido, defendia o direito das prostitutas em escolher seus clientes, e quando ouvia de outros homens que as mesmas deviam aceitar seus convites e galanteios sujos, apenas porque eram prostitutas, o mesmo as defendia arrimado e usando de analogia com os comerciantes e autônomos: que um comerciante escolhe seus clientes, assim como o trabalhador liberal, e se as mesmas vendiam "seu corpo", ou o mais apropriado: seus serviços sexuais, também tinham o direito a escolher os clientes que lhe fossem mais adequados.
O mesmo ocorre hoje: Não compramos se estivermos com nossos nomes cadastrados nos bancos de proteção ao crédito, e mesmo quando não estamos com o nome negativado, algumas empresas ou bancos,ao serem questionados, respondem que não apresentamos o perfil adequado para sermos seus clientes.
Isto significa que se a prostitua presta um serviço ela também pode escolher o perfil de sua clientela. Isso meu pai já entendia há mais de sessenta anos atrás, cresci ouvindo esses e outros questionamentos que forjaram minha edificação profissional e humana.
Vânia de Farias Castro.
Em 08 de julho de 2017.

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