sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

OLHOS CEGOS VEEM MAIS LONGE

OLHOS CEGOS VEEM MAIS LONGE
Vânia de Farias.

Hoje te ouvi falar de amor
de ternura e compaixão
também de renúncia e perdão


de como é belo caminhar dando as mãos

a quem queremos mais que a própria vida
quero voltar a te ver nesta estrada
que me fales outra vez dos belos campos

e de tuas plantações de margaridas...
Quero outra vez, ouvir tua história
de como amaste, da grande devoção
te ouvir cantar doce melodia
 dos que conheceram o amor um dia

dos que viram o mundo pelo olhar do outro
que não se faz necessário compreender
nem entender o universo do mesmo
basta apenas querer habitar este universo

querer partilhar de suas maravilhas
dores, dúvidas e desejos ir realizados
de separação e de reconciliação
das noites e dias de espera

e da imensa alegria do retorno...
Falaste-me que basta apenas
confiar na visão do outro
como o cego a ouvir a descrição de uma bela paisagem

do êxtase sentido na presença
de Kandinsk, de Miró, Picasso,
Monet, Frida e Mondrian
de tantos outros mestres do passado

tu não entendias e nem entendes de arte
mas entendes de amar, e de como é importante
ser feliz com a felicidade do ente amado
de se extasiar com o êxtase do nosso amor.

Falaste-me de como é divino ver
pelos olhos do outro quando o mesmo
possa viajar mais longe, e quiçá
trazer para nós, notícias de outras paragens

do que viu e sentiu por lá
do que viveu e sofreu e se alegrou,
e se não formos felizes para sempre
que sejamos felizes para hoje!

Vânia de Farias.
Em 10 de abril de 2016.

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