quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

MEU CHAPÉU VIOLETA




MEU CHAPÉU VIOLETA

Vânia de Farias

Ontem pus meu chapéu violeta
fui olhar a cidade antiga
lembrar dos velhos carnavais
do encontro com os amigos

nas ladeiras de Olinda.
Nas praias claras de Arraial d'Ajuda
na palhoça do Di, em Tambaú

olvidei dos garotos insolentes
deseducados e hostis...
Confesso que não entendi
o que encontro, nos dias de hoje

jovens que parecem velhos viciados
não encontro mais o chevalier do passado...
Com respeito e reverência
pelos que lhe antecederam a chegada

lembrei que sou uma andorinha
que posso voar...
esses garotos, ao contrário
rastejam feito répteis

se mimetizam na vã tentativa
de enganar e encantar os mais crédulos
enganam alguns, mas não a todos
não a mim...

Não entendo tanta empáfia
em rosto balofo e amorfo
fico a imaginar este rosto no futuro
enrugado e macilento

amarelado como suas lembranças...
Pagarão por sexo, amigos e lealdade
pagarão por quase tudo
amealharam dinheiro passa isso.

Não tiveram escrúpulos em mentir
enganar, trapacear competir e desrespeitar
qualquer coisa que se aproxime de tradição
festejos e ou/ou camaradagem

seu mundinho não abriga acolhida
só egocentrismo e narcisismo sem freios
cabendo apenas seu ego, seu umbigo
e o séquito de seguidores temerosos.

Vânia de Farias
Lei nº 9.610, de 19.2.1998 (Lei de Direitos Autorais)
Súmula nº 386 do STF
Janeiro de 2017.
Imagem: Google

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