segunda-feira, 7 de setembro de 2020


 Será que lavar meu rosto
apaga tua lembrança?
Já tentei, já fiz esforço
meu intento não alcança

parece que tatuaste
tua pele em meu corpo
não suporto carregar
por tanto tempo o desgosto

de te ter mesmo distante
de sentir na tua ausência
de sangrar com os teus atos
sem decoro e sem decência

Não entendo onde guardavas
tanto ódio tanta mágoa
quando as comportas abriram
desaguaram feito agua
represadas pelo tempo
nos recessos de tua alma

ainda fico perplexa
atônita com a grosseria
as camadas de verniz
um dia descascariam
ficando madeira rude
tosca amarga sem raiz
ferindo qual adaga fria.

Vânia de Farias Castro.
Em 03 de maio de 2020
Imagens: Google.

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