segunda-feira, 7 de setembro de 2020


 E a gente insiste em permanecer num lugar que nunca foi nosso
Em um coração que jamais nos aceitou
com nossas dubiedades, contradições e incoerências...

E a gente insiste em ser parte de uma família que nunca foi nossa
que nunca nos recebeu e acolheu com respeito e carinho
que jamais conseguiu ver em nossos olhos a lágrima que não caiu
que sempre fez uso de toga e martelo, mas nunca dos braços acolhedores

E a gente insiste em ser parte do que nos aborta, e tripudia de nossas mais sinceras demonstrações de amizade...

E continuamos insistindo e reabrindo as feridas, e ouvindo as mesmas desculpas desabridas, ou mesmo tingida com cores da bonomia.

E continuamos esperando uma mudança que jamais ocorrerá
desconsiderando os sinais, os aviso de pare, nos tocando a pele com afiado punhal

E continuamos investindo ternura, afeto e carinho, em grupelhos ligados pelo sangue, mas distantes pelas afinidades, indiferentes ao nosso estado, de espírito de corpo e de ânimo.

E esta ingenuidade, pode nos levar à morte, seja de sede, de decepção ou de amargura. Melhor partir, antes que mãos de ferro, possam nos segurar.

Vânia de Farias Castro.
Em 01 de maio de 2020
Imagens: Google.

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