domingo, 24 de março de 2019

Em que vala pútrida deixamos nossa humanidade?
Como criança abandonada na porta de um convento
ou numa caixa, sem proteção ao relento
deixamos nossa pequena humanidade perdida
sem compaixão, ternura ou guarida
nossa humanidade definha de fome e sede

sua fome de justiça não foi saciada
sua sede de igualdade não foi atendida
só a solidão nos porões da vida
vida seca, árida, oca pervertida
só o ódio, hediondez esgares de loucura
vibramos com a dor do outro
com a o luto e a morte do outro
sem saber que já estamos mortos
e os vermes da ganância ignorância sacia
nossa fome de guerra, destruição e afazia
Quando teremos coragem de resgatá-la?
Nunca será tarde para o recomeço
precisamos nos virar pelo avesso
e quiçá encontrar algum valor pra existência
não há mais tempo para teimosa resistência
urge sairmos dessa selvageria
desse egoísmo que nos asfixia
que destrói qualquer esperança
para nós, para os velhos e para as crianças
que precisam de nós, como amorosos guias.
Vânia de Farias Castro.
Em 02 de março de 2019
Imagens Google.

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