domingo, 4 de março de 2018

Dia do amor...
Recebi uma linda caixa
adornada com encômios
com confetes bordados
em fios de ouro
com adornos em relevo
refletindo calor
paixão, tesão, muitas promessas
palavras requintadas
sofreguidão e pressa
imagens quixotescas
em tintas de prata
peguei com surpresa e descofiança
aquela caixa
meu coração não compreende
os fetiches adornados
se alimenta de carinho e cuidados
de atenção, esforço, gratidão
meu coração não tem pressa
é amigo do tempo, da temperança
do cumprimento da palavra
esperança...
Que um dia acordemos dos pesadelos
da astúcia, covardia, espúrio desejo
da deserção, abandono, desrespeito
Mas que fazer? Recebi
tentei guardar sem abri-la
meu impulso inicial era fugir da armadilha
correr por esses sítios como andorinha
esquecer o crescimento da erva daninha
no coração dos homens que caminham
com indecisão, lentidão e medo
Mas que vejo?
Ao abrir a caixa
sinto meus desejos
evaporaram nesta nuvem plúmbea
na minha mão, só a ador acena
decepção, coberta de rendas
gregas douradas e finas fazendas
guipir prateado, sedas esvoaçantes
caixa de pandora, tosca e arroante
soltando a peste, vorazes gigantes.
Vânia de Farias Castro.
Em 14 de fevereiro de 2018

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