quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

NATAL SEM JESUS II

NATAL SEM JESUS II
Vânia de Farias
Saí a passear neste Natal,
visitei museus, templos históricos
visitei um hospital com os estoicos
lutando contra a grave HIV
numa tarde, de Teu aniversário
saí de mim, ao encontro dos irmãos
constatei lágrimas e desolação
abandono cruel e desumano
portadores da doença deste século
em estado terminal, e sem sucesso:
as inúmeras tentativas de uma cura
só lhes restam, a saudade e desventura
dos momentos em que tinham saúde
mas agora o que fica é a virtude
de aceitar sem revolta o seu destino
e lembrar daquele Deus Menino
que nasceu naquela estrebaria
não se ouvia, naquelas cercanias
os suspiros do vento da esperança
mas nasceu o Homem de bonança
desprovido de vícios e/ou pecados!
Chegou Jesus! O suave galileu
nos trazendo notícias de outros reinos
de ventura mas também de esperança
de união, entre os homens deste mundo
Visitei presídios e tabernas
conheci, outros homens sem reservas
sem futuro, sem presente, sem sucesso
o que mais impressionou foi o descenso
em que os mesmos, caíram desastrados
suas faces, já demonstram os pecados
resultado de cruel degenerescência.
Mas o Jovem Messias, também trouxe
compaixão e compreensão para esses homens
nos mostrou, em tarde fria lá no monte
o perdão ao bom ladrão que o seguira.
Neste dia, nos lembramos de seu rosto
castigado pelo sol, da Palestina
visitando casebres e esquinas
a pregar a chegada de outros tempos
onde os velhos, sofredores e doentes
encontrariam a cura pros seus males
a adultera, não seria mais julgada
por seus cúmplices na queda dos sentidos
onde os cegos, teriam a visão
sempre aberta pras belezas desta vida
e a mãe, entenderia a partida
de um filho, para o colo do Pai.
Visitei, clubes e casas suntuosas
vi, cristais reluzentes a ofuscar
todo o brilho do Fiel, Filho de Deus,
numa festa, onde o mesmo não entrará...
vislumbrei uma foto lá no canto
de uma sala, com um altar sempre montado
uma velha senhora veste preto
hoje chora, a saudade senta-se ao lado.
Solidão, por estar sem seu esposo
um velhinho que partiu há pouco tempo
lhe deixando com a família a ostentar
todo luxo, deixado pelo morto.
Ninguém chora a saudade de quem foi
só se lembra dos bens que lhes restaram
hoje abrem as portas desta casa
pra mostrarem as pratas e os brocados...
Não percebem a dor e o pranto agora
de quem fica, a mercê do abandono
essa festa é pros que chegaram agora
esqueceram o que se comemora.
Nascimento de Homem Casto e Puro
que nasceu e viveu sem qualquer luxo.
VÂNIA De Farias
Em 06/12/2015
Direito Autoral Reservado(VFC)
Lei nº 9.610, de 19.2.1998 (Lei de Direitos Autorais)
Súmula nº 386 do STF
Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário