terça-feira, 12 de dezembro de 2017

ANDARILHOS
Nós, andarilhos no mundo
sem rumo a vagar
sem prosa nem verso
que ouse aplacar
o sol causticante
teimando em queimar
O vento soprando
noutra direção
mãos suplicando
pedindo perdão
Nós, andarilhos pequenos
tão quietos a muchar
a cada momento
retendo o olhar
no passado sombrio
de nossa nação
Nós, andarilhos perplexos
ante a imensidão
com armas cortantes
varando o pulmão
sem oxigênio que possa abrandar
a falta de sonhos
de meta a alcançar.
Vânia de Farias Castro
dezembro de 2008
Escrito à partir da observação de duas fotografias de Sebastião Salgado.

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