quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Esta chuva fina, calma, fria, me cortando
não consegue banhar a minha alma
também não me traz de volta a calma
em que me arrimava tão segura
A estrada que eu vejo é tão escura
nem um fósforo, que me traga novo dia
lembras-me o balde de água fria
apagando o fogo da paixão
não reclamo, nos murais deste porão
imagens se contorcem em estertores
hoje trazes as lembranças dos amores
em que eu morria de exaustão...
Tentativas inúteis, quão funestas
de entender a ambiguidade desses dias
discursos adornando a lâmina fria
ponta em riste pra cortar a ilusão
Estás certo, Maia é péssima conselheira
chegas e sais a depender de teu humor
aqui fico ruminando a cidreira
quem sabe mitigue minha dor
Segue em paz, a conquistar outros rincões
como os bravos guerreiros de outrora
Alexandre, que deixou pelas estradas
dor e luto, orfandade na memória
Também lembro Genghis Khan,
hábil guerreiro,
nas conquistas genocidas de outros povos
aqui fico, no meu reino, triste e pobre
mas sou rica, sem domínio que me cobre.
Vânia de Farias Castro.
Em 20 de dezembro de 2017.
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