quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

À RUDOLF NUREYEV
Vânia de Farias.
Quanta determinação, em atingir
o teu fito que seria o de brilhar
qual estrela de quinta dimensão
qual sol quente, em tarde de verão
aquecendo o luar, daqueles sítios
derretendo a neve fria, de Ufa.
És o exemplo, que o destino é
construído
com os sonhos, e determinação.
Quantas surras... No entanto um gemido
que tirasse do futuro, tua atenção.
Rudi, Rudi, Rudi! Quanta dor...
As morais, sobrepujaram,às dores físicas
num regime esfacelado e decadente
que teimava em condenar o ocidente
esquecendo que formamos uma só pátria
que a arte, não pertence a um só burgo
que o artista é um cidadão do mundo
que o mundo é o seu destino, sua casa!
O preço que pagaste foi tão alto
no entanto, não regateaste.
E seguiste, teu destino e missão
sem jamais esquecer-te do menino
que dançou um dia, para alegrar
alguns soldados,que sangravam
com a nação,
velhos trapos, alquebrados e sem honra
posto que, mesmo voltando de uma guerra
o regime, não lhes dava honrarias
relegava-os ao olvido e ao descaso
muitos deles, caídos, semi-mortos
trilho abaixo dos seus trens e seus
vagões...
Suas famílias os procuravam
pela neve
com as faces crestadas, pela dor...
agonia e afinal decepção!
Ao voltarem a seus lares,sem notícias
de seus filhos, esposos e irmãos.
Mas Rudolf, tu venceste, a covardia
de um sistema traiçoeiro e vingativo
que embora o tenha renegado
não conseguiu impedir tua ascensão
qual foguete, rumo aos céus
do estrelato
para orgulho de outras pátrias
que adoraram e louvaram tua arte
e teus pés, tua harmonia e equilíbrio
toda graça, alcançados, com esforço
talento,e muita obstinação.
outras pátrias o recebera como amigo
Nos palcos de outros cantos e nações
enchias os corações de alegria...
e os olhos de todos que tiveram,
a honra de um dia, celebrarem
com outras estrelas a glória alcançada
com teus passos, tua dança, tua arte
e teu brilho, qual diamante lapidado,
a duros golpes de buril, esfacelando
tua digna e sincera paixão:
pela dança, pelos passos, pelos
palcos...
Pelas festas, pelo mundo, pelas
noites,
pelo brilho, pelo amor e pelo belo
pelo ritmo, que trazias Nureyev
e deixastes, para o mundo de então
como a mais, bela e digna lição!
Vânia de Farias Castro

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