terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Você não tinha o direito
de mexer em meus escombros
trazer mais peso pra ombros
demasiado cansados
já passei por maus bocados
comi o pão amassado
pelos diablos perversos
quando eu me aquieto
chegas com um ramalhete
de flores perfume e leite
para banhar-me o corpo
mais eis que surge o espectro
assombrando o meu sonho
desídia desinteresse
medo distância, abandono.
Quem te enviou a meus sítios
para rasgar as feridas?
Que já eram cicatrizes
condecorações em vida
herdada em duras batalhas
meu peito hoje agasalha
angústia, triste gemido
será que ainda terei
meu sossego devolvido?
também quero os minutos
segundos dias e horas
em que pisei as esporas
desse meu potro selvagem
mas sei que agora é tarde
ele corre sem controle
meu espetáculo de horrores
me diz que não se demora
deves sair sair da memória
voltar pra outros países
lá onde as meretrizes
são mais amadas que as rosas
são cuidadas por senhoras
auferindo grande lucro
de seus corpos quais sepulcros
enterram sonhos, histórias.
Vânia de Farias Castro.
Em 12 de fevereiro de 2018
Imagens Google.

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