domingo, 7 de janeiro de 2018

Ah o amor...
Não me venhas com tolices meu filho
isso ainda não existe nos corações dos humanos
são palavras requintadas, adornadas de fetiche
mas amor mesmo, inexiste!
Jaz agora num esquife, agonizou na espera
queria só as janelas recebendo brisa fresca
quando a cizânia adeja, com seus dentes afiados
o amor corre assustado, feito criança mimada
corre célere nas calçadas dos sentidos imaturos
agora o fruto maduro, tomba esquálido inanimado
essa coisa de diablos, separando corações
com espora e com ferrões, o escondido é mostrado
não subirão as escadas, dos sentimentos elevados
se arrastam já cansados segurando corrimões
Meu pobre filho, eu entendo és ainda muito moço
teu corpo ainda viçoso, grita por agitação
mas aos velhos já cansados de caminharem apressados
agora sentam acalmados demonstrando gratidão
pelo tempo, nobre irmão, amigo e escudeiro
segurando o madeiro, quando o ombro enfraqueçe
enquanto sobes eles descem, já saciados de vinho
inebriados com o brilho, ao verem outras paisagens
Meu filho agora é tarde, para falar de amor
não sei se o que restou, das relações do passado
merece ser relembrado, ou guardado em porão
fico aqui com meu refrão: repito sem cerimônia
essa coisa de amor, é história de Trancoso
contada por Malazartes, ou por outros contadores
de histórias assombradas, de princesas e de amores
de príncipes, agora sapos, outros bichos roedores
de carruagens abobora, de sapato de cristal
olha lá se tenho pés, para cortar nesse salto
Veja lá se tenho saco, para guardar tanto sal.
Vânia de Farias Castro.
Em 06 de Janeiro de 2017.
Imagens: Google.
Para meu filhote, Fernando Castro. Pra não dizer que não falei de amores! Feliz aniversário!

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