quarta-feira, 10 de maio de 2017


No inverno em que agora estagio
parei de sonhar com a primavera
hoje vejo o retorno de outras eras
olho o estado armado quais as feras
desferindo seus golpes com vigor

Tua cabeça se abre em rubra rosa
e suas pétalas que a tarde nos sorriam
hoje dormem na cadência do torpor
Nos deixando em ruidosa asfixia

só os sons das máquinas a ressoarem
em vigília de teu sono atormentado
sob os alvos cobertores de teu catre
tua mente se agita em pesadelos
assombrando-te com insígnias e despreparo.

Companheiros, hoje acordam agoniados
procurando lá nas páginas do passado
emulação pros seus atos de bravura

mas as mães desses jovens massacrados
não precisam de heróis ou mesmo mártires
querem apenas os seus filhos aninhados
em seu colo de aconchego e de ternura

Os jardins já cultivados com desvelo
guardam os sonhos que acordam em desespero
ante a turba assaltando a utopia
velhos lobos em macabra marcha fúnebre
vendem ódio e mentiras que confundem
os incautos, quanto crédulos, em apatia

Hoje dormem no conforto do egoísmo
punho em riste, e gritando em estribilho
convidando que lhes cortem as gargantas..
Capitulam numa luta em que fraquejam
outros lobos embriagados, hoje festejam
a vitória da desordem desse mundo

Aprendi que a tarde é boa conselheira
quando serve a justiça verdadeira
mesmo sendo ferida na batalha

minha noite, cuja luta é mais acerba
minha mente, fervendo qual fornalha
entre o sol da manhã que ainda viceja
e a tarde com seus sonhos, te deseja!

Em maio de 2017
Vânia de Farias Castro.
Imagens Google.

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