sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

FLUTUANDO

Vânia de Farias

Sinto-me flutuar...
sinto-me livre, solta
volitando pelos campos
verdejantes de meus pensamentos.


Embora presa, meus sentidos
estão ausentes...
Deixaram meu corpo, apenas
na clausura em que me vejo
gostaria de te ouvir, por um momento

e tua voz, acalentar nossos irmãos
que choram!
Gostaria que a alegria, não se demorasse
a voltar para os meus braços,
enquanto a dor, acena

gostaria, que tua mão, com a minha
se juntasse
em uma prece comovida a pedir
clemência!

Nesta prece eu pediria pelos
algozes toscos, que endurecem
corações, na caminhada torpe
enegrecem os seus atos,
com desejos sujos,
e tropeçam em seus pés
caindo em monturos...

Sinto-me essência,
e parece-me que hoje
a solidão se cansa
de tentar me abordar

e me deixando tonta
não existe solidão, quando
se está consigo.
Se deixarmos de olhar
apenas pro umbigo

o cordão umbilical
se prenderá aos santos!
Se olharmos para o outro
como a um amigo

se sentirmos gratidão
pelo lar e abrigo.
Sinto-me plena,
na manhã em que acordo
cheia de esperança

que o homem avarento
se torne, bonança
que o pusilânime, seja
calmaria, e se torne
o amante, sonhado um dia

pela doce namorada que em
seu ouvido canta:
um convite pra viver em harmonia
plena.

Sinto-me etérea... e pressinto
a ervilha ferindo a matéria
sob as grossas camadas
dos colchões pesados

preferia que hoje a tarde
estivesses ao meu lado
para juntos viajarmos
num cavalo alado!

Visitarmos outros campos
verdes e ensolarados
com lavandas violetas
perfumando o prado!

Vânia de Farias
Em 05 de dezembro de 2015.

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