segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

BOUGANVILE

BOUGANVILE
Vânia de Farias.

Bouganvile, bouganvile!
Como me espantas, com tanta beleza
parece que cantas
que cantas, pra luz
pro vento, pros campos, teu amor me seduz

teus galhos, me encantam e os espinhos, onde estão?
Mas não me assombro são tantas as messes
é tanta bonança, tu és generosa,
és feito esperança

na mente, do crente, és farta, abundante
caindo aos cachos, não há quem não sonhe
cair em teus braços...

E os teus espinhos, consegues domar
ou és porco espinho deixando espetar?
Quem se aproxima, querendo te amar

querendo teu toque, ou até se dar...
Tu és, trepadeira, pra uns, primavera
pra outros, verão

pareces um inverno, tão fria que ficas
quando és recebida, por homens malsãos
grosseiros, vulgares

mas ao levantares, tu cospes, no chão!
É este o segredo? Ninguém te espera
depois do amor?

Do êxtase, do gozo, tu voltas, ao torpor
dormindo em repouso, ninguém te possui
por mais que segundos,

ou mesmo, uma noite, somente seduzes,
os mais cautelosos, por seres, bondade
generosidade

fartura, bonança, ouvido, esperança
mas tu, não te dás a homem nenhum
és como a Geni, és de qualquer um!

Pra uns primavera, pra outros, desgosto
pra muitos, mazela, depois de seu gozo.
Como é tua vida, é fácil viver?
ou é bem sofrida, cansada de ser

e ver a escória, a te procurar
pagando os serviços que tens para dar

somente a poucos, um filho talvez
uma mãe, ou tia, um amante, burguês
que se apaixonou como o comandante
em seu zepelim

mas só, por instante: no dia seguinte,
precisou, partir e tu continuas,
sem poder dormir!

Vânia de Farias
em 16 de abril de 2014.

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