sexta-feira, 4 de maio de 2018

SOBRE A VIOLÊNCIA, INSTITUCIONALIZADA EM NOSSO PAÍS.
"O engano de considerar-se invencível, superior, provando o desconhecimento da fragilidade e da impermanência do conjunto que o constitui, especialmente de seu corpo, faculta, ao ser, prazer mentiroso, que o desperta sob grande sofrimento.
Ninguém escapa às conjunturas que constituem a vida."
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco.
Segundo ainda os supracitados autores, algumas psicopatias leves, moderadas ou graves, geralmente se originam na conduta sexual frustrante ou atormentada, instáveis ou inseguras, em razão das anteriores atitudes causadoras dos conflitos, decorrentes daquelas atitudes infelizes.
Vemos ainda que a hereditariedade, a família, a presença da mãe castradora ou super protetora, bem como todos os fenômenos perinatais perturbadores são o resultado das referidas ações morais pretéritas.
As inúmeras terapias psicológicas, psicanalíticas e psiquiátricas, de acordo com as respectivas patologias, dispõem de valioso arsenal de recursos que, postos em prática, liberam as multidões de enfermos, gerando equilíbrio e paz.
Não obstante todos esses recursos, a contribuição psicoterapêutica do amor se torna de inexcedível resultado, por direcionar o ser ao Si profundo, restabelecendo o interesse do paciente pelos objetivos saudáveis da vida de que se havia dissociado.
O amor, a compaixão, a solidariedade e o desenvolvimento de uma alfabetização dos sentimentos, - método pesquisado por longos anos, mas que apenas recentemente foi publicado, por enquanto em inglês, ainda pode ser o grande responsável, pelo restabelecimento do equilíbrio do homem.
Os cruentos e alarmantes eventos que vivenciamos, no atual momento histórico, de nosso país, não é um fenômeno novo, não obstante as acerbas lutas de alguns homens e mulheres de valor e incontestável coragem que vêm, ao londo dos séculos, lutando por igualdade social, melhor distribuição de riquezas, e redução dos abismos sócio culturais, que tanto tem atrasado nossa evolução, e consequentemente à conquista da tão falada e almejada felicidade.
A filósofa Hannah Arendt faz considerações que podemos aplicar ao momento
crítico e de iminente perigo a que todos nós estamos expostos, senão vejamos:
"Uma vida sem pensamento é totalmente possível, mas ela fracassa em fazer desabrochar sua própria essência – ela não é apenas sem sentido; ela não é totalmente viva. Homens que não pensam são como sonâmbulos."
Quando paramos de pensar? De refletir sobre sobre nossa condição de humanos e cocriadores do progresso ou retrocesso, a que levamos toda uma sociedade de rodão e a reboque para o caos e destruição. Quando assinamos uma procuração em braco para que outrem pense, module nossos pesamentos e consequentes atos, muitas vezes violentos e insanos? Porque delegamos a outrem a capacidade de raciocinar e reunir um acervo literário, ou experiencial, que possam embasar nossos arrazoados?
"Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime."
Escravo de Si Mesmo
"A suposição de que a identidade de uma pessoa transcende, em grandeza e importância, tudo o que ela possa fazer ou produzir é um elemento indispensável da dignidade humana. (...) Só os vulgares consentirão em atribuir a sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência serão «escravos e prisioneiros» das suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que mera vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão ou mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem."
Hannah Arendt, in 'A Condição Humana'
Bondade e Sabedoria devem ser Inocentes
"Quando a bondade se mostra abertamente já não é bondade, embora possa ainda ser útil como caridade organizada ou como acto de solidariedade. Daí: «Não dês as tuas esmolas diante dos homens, para seres visto por eles». A bondade só pode existir quando não é percebida, nem mesmo por aquele que a faz; quem quer que se veja a si mesmo no acto de fazer uma boa obra deixa de ser bom; será, no máximo, um membro útil da sociedade ou zeloso membro de uma igreja. Daí: «Que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita.»
(...) O amor à sabedoria e o amor à bondade, que se resolvem nas actividades de filosofar e de praticar boas acções, têm em comum o facto de que cessam imediatamente - cancelam-se, por assim dizer - sempre que se presume que o homem pode ser sábio ou ser bom. Sempre houve tentativas de dar vida ao que jamais pode sobreviver ao momento fugaz do próprio acto, e todas elas levaram ao absurdo."
Hannah Arendt, in 'A Condição Humana'
"O objetivo da educação totalitária nunca foi incutir convicções, mas destruir a capacidade de formar alguma."
(...)
Portanto, no atual estágio de barbárie a que estamos todas jogados, não se dá pela falta tão somente de informação, mas e principalmente pela preguiça de pensar, e principalmente do egoísmo, uma das piores chadas da humanidade, que produz homens que sequer se comparam aos lobos, eis que os mesmos apresentam características de solidariedade, por viverem em alcateias, defendendo e protegendo seus iguais, numa patente demonstração de organização e solidariedade, para manterem sua espécie.
Normalmente, as manadas de animais só requerem que seus membros caminhem juntos. No entanto, entre os lobos, se desenvolvem relações importantes. A manada de lobos tem uma hierarquia concreta e uma grande cooperação para abater suas presas.
Os lobos aumentaram seu domínio por todo o planeta, tendo sua distribuição reduzida pela convivência com o ser humano, pelo conflito entre lobos e fazendeiros. Devido ao grande êxito ecológico dos lobos, existem muitas subespécies. Porém, a maioria deles faz parte de um recorte de 14 subespécies.
Essas subespécies têm muitas diferenças, e fazem com que o lobo seja uma espécie que possa pesar, quando adulto, de 10 a 70 kg. A grande variação de peso entre as diferentes subespécies é o motivo pelo qual algumas delas caçam animais maiores. Por isso, precisam de manadas mais numerosas para cumprir a tarefa.
Por exemplo, nos Estados Unidos, já foi possível ver uma manada de lobos com 30 integrantes. O normal é que essa subespécie de lobo se organize em grupos de 20. No entanto, outros menores, como o lobo ibérico (canis lúpus signatus), formam manadas de no máximo sete animais. Ou seja, o número de integrantes de uma mandada depende da espécie e varia muito.
O mito do lobo alfa
A cultura geral tende a explicar a vida social dos lobos através da figura do macho alfa. Ele alcançaria o topo da hierarquia, demonstrando sua superioridade física diante do resto dos machos do grupo. O certo é que entre os especialistas em lobos ao redor do mundo, o popular conceito do macho alfa está sendo questionado.
Foi David Mech, um dos maiores especialistas nessa espécie, quem cunhou o termo durante seus primeiros estudos na década de 60. E é ele mesmo quem, agora, descarta seu uso. Os estudos de Mech eram baseados em manadas artificiais criadas em cativeiro, e não na forma como se formam as mandadas em estado natural, selvagem.
Entre os experts nesta espécie ao redor do mundo, o popular conceito
do macho alfa está sendo questionado.
Manada ou família?
Segundo Mech, é muito mais apropriado falar de machos e fêmeas reprodutores. O líder da manada de lobos não é aquele que derrota o resto, mas sim o que se reproduz. Na verdade, não há muita competição por isso, já que o resto geralmente é descendente do casal reprodutor.
Isso quer dizer que as manadas não deixam de ser sinônimo de grupo familiar. Aqui, alguns pais vivem com sua mandada até que a prole esteja preparada para continuar sua vida separadamente. Na verdade, os lobos têm entre 3 e 8 filhos por cria. Isso é suficiente para criar uma manada com sua própria prole.
No entanto, vão existir machos alfa nos grupos de cativeiro, onde os lobos não são família. No estado selvagem, a figura do macho alfa também pode aparecer em manadas grandes, como nos Yellowstone. Para formar esses grandes grupos, são necessárias vários casais reprodutores. Aí sim, pode existir competição entre eles.
Lobo cinza
Na verdade, os lobos têm entre 3 e 8 filhos por cria, o suficiente para criar
uma manada com sua própria prole.
A cooperação dentro da manada de lobos
Nas grandes manadas, a estratégia do grupo é a chave. O lobo utiliza diversas estratégias para poder alcançar os animais rápidos que geralmente são sua caça. Por exemplo, no verão, eles têm que levar suas presas até áreas rochosas, pântanos ou rios.
No inverno, por outro lado, sua simples presença pode fazer com que um veado fique nervoso o suficiente para ficar preso na neve. Essas grandes manadas são conhecidas por buscar presas grandes, como o temível bisão-americano.
Dentro da manada de lobos, os jovens muitas vezes atuam como meros observadores, para aprender. Ainda que não haja papeis estabelecidos, os lobos aproveitam suas diferenças físicas na caça. Veremos que as fêmeas, mais rápidas, atuam muitas vezes dirigindo o grupo. Os machos, mais pesados, geralmente são os que caçam a presa desorientada. Novamente, o papel do “alfa” é eventual. Na verdade, os lobos parecem obedecer a suas ordens. Todos sabem o que fazer quando chega a hora.
Como vemos, há organização, critério, na distribuição dos papeis, com o objetivo de manter sua alcateia, inteligência na organização de suas manadas, entretanto a característica mais marcante e comum a todas as sub espécies, é um critério na escolha dos papéis para com o objetivo de manter íntegra a sua alcateia.
É isso que observamos na espécie humana? A única espécie de animal portadora de razão, se comporta de forma mais atrasada, desorganizada e letal para sua própria espécie: destroem uns aos outros, seja pela auferição de compensação psicológica, ou por ganância e complexo de inferioridade, acreditando ser superior aos demais, desconhecendo sua origem, capacidade, e destinação!
E o mais trágico: destroem, trucidam, perseguem, prendem e matam, os alfas, os protagonistas, os genuínos líderes, por inveja, ciúme, ganância, ou outros motivos torpes, como fizeram e continuam fazendo com grandes homens cujos feitos, estão registrados, em nossas mentes e na história!
Pobre homem pensante, que perdeu a capacidade de pensar!
Vânia de Farias Castro.
em 10 de março de 2018.
Imagens Google.

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